Ginecologia

Endometriose

Endometriose

A Endometriose é a doença causada pela proliferação anômala das células endometriais fora do endométrio. Endométrio é o tecido normal que reveste internamente o útero, que cresce e descama normalmente no fluxo menstrual repetidamente, sobre a influência dos hormônios ovarianos. É aonde ocorre à implantação da gestação (embrião) e seu desenvolvimento.

Ocorre em aproximadamente 15% das mulheres na fase reprodutiva (19 - 44 anos), presente em 25 – 50% das pacientes inférteis. A causa da endometriose está indefinida, com várias teorias propostas, entre elas refluxo menstrual pelas trompas e teorias imunológicas, porém sem evidentes comprovações.

Classificação

Classificada pela presença de tecido endometrial anômalo no peritônio (tecido que recobre superficialmente todo o abdome internamente), nos ovários, nas trompas, fundo-de-saco posterior (região mais profunda do peritônio no abdome), bexiga e retosigmoide. É classificada pela American Fertility Society como: mínima, leve, moderada e severa, ou mais simplificadamente e prática como: Endometriose superficial e/ou peritoneal; Endometriose ovariana; Endometriose infiltrativa profunda.


Diagnóstico

O diagnóstico da endometriose é realizado através de uma avaliação da história clínica da mulher com queixas de cólicas menstruais intensas e progressivas, distúrbios menstruais, dores pélvicas, dores nas relações sexuais, distensão abdominal persistente e principalmente na menstruação, distúrbios urinários e intestinais.


Exame Físico

O exame físico mostra ao médico no toque vaginal o útero aumentado de tamanho, volumoso (adenomiose: aumento do útero pela infiltração da endometriose na musculatura da parede do útero), com ovários aumentados de tamanho, dolorosos e não móveis, com cisto (endometrioma: cisto com conteúdo de cor achocolatado de tecido endometriótico) , fibrose e aderências (endurecimento dos tecidos) na região dos ovários, trompas, bexiga e intestino.


Ultrassonografia Transvaginal

A ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal é o exame que melhor avalia a endometriose da pelve feminina, definindo com clareza em mãos experientes o comprometimento dos órgãos pélvicos. A ressonância magnética da pelve, cistoscopia, retosigmoidoscopia e videolaparoscopia complementam a pesquisa da endometriose. CA 125 é um e exame de sangue (marcador) que se apresenta elevado na endometriose, porém nem sempre nos casos leves iniciais.


Tratamento Clínico

O tratamento clínico não tem valor curativo, mas nos casos leves com anti-inflamatórios e pílulas anticoncepcionais amenizam os sintomas. O tratamento hormonal para suspender a menstruação provocando uma menopausa temporária e aliviam os sintomas. O importante é definir se a mulher quer ou não gestar, por que se a gestação está nos planos futuros do casal o tratamento curativo deve ser implementado o quanto antes através do tratamento cirúrgico por videolaparoscopia, principalmente nos casos mais avançados (endometriose ovariana e profunda), ou com realização de técnicas de reprodução assistida.

Alternativa se a paciente não deseja gestação no momento ou após a cirurgia, são as pílulas de uso contínuo Desogestrel e Dienogeste (Cerazette, Allurene), os implantes hormonais de Levonogestrel ou Etonogestrel (Mirena e Implanon), que suspendem a menstruação e controlam a evolução da doença. Após a menopausa (ocorre entre 45 -55 anos) a endometriose regride pela falta dos hormônios ovarianos, sendo que mulheres neste período podem ser tratadas com bloqueio menstrual através de hormônios até alcançar a menopausa (Estas mulheres não poderão fazer terapia de reposição hormonal na menopausa).

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