Ginecologia

Vacina HPV

Vacina HPV

1) A vacina é mesmo necessária?
Atualmente, cerca de 5% de todos os cânceres do homem e 10% dos da mulher são causados pelo HPV, que atinge mais de 630 milhões de pessoas (uma a cada dez), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

2) Há estudos ou dados que provem que a vacina é eficaz para evitar o câncer do colo do útero?
Os estudos pré-lançamento da vacina demonstraram alta eficácia (98%) para prevenir os tipos de HPV cancerígenos 16 e 18, causa de 70% dos casos de câncer de colo do útero, e os tipos 6 e 11, responsáveis por 90% das verrugas genitais . A vacinação é defendida pela OMS como a principal forma de prevenção contra o HPV em jovens de 9 a 13 anos.

3) Sempre uso camisinha. Preciso me vacinar?
A camisinha não garante total proteção contra o vírus, pois a transmissão pode ocorrer por meio do contato pele a pele entre as regiões genitais descobertas. Isso, contudo, não é justificativa para abandonar os preservativos.

4) Mulheres vacinadas contra o HPV podem deixar de fazer o Papanicolau?
Não! As mulheres vacinadas devem continuar realizar o exame de rotina, conforme orientado pelo ginecologista. Existem tipos de HPV contra os quais a vacina ainda não confere proteção específica que, embora pouco frequentes, podem causar câncer.

5) Meninas ou mulheres que já tiveram ou têm HPV devem ser vacinadas?
Sim. Estudos com mulheres infectadas mostram que a vacina previne a reinfecção ou a reativação da doença relacionada ao HPV.

6) É seguro tomar a vacina contra o HPV junto a outras vacinas?
Sim.

7) Gestantes e mulheres que estejam amamentando podem se vacinar?
Por enquanto, a vacina ainda é contraindicada a gestantes, pois não houve testes nessa população específica. Todavia, nenhuma malformação fetal foi detectada em filhos de mulheres que não sabiam que estavam grávidas quando receberam a vacina. Quanto à amamentação, não há restrições.

8) A vacina tem alguma contraindicação?
Além das gestantes, devido à falta de testes, pessoas com hipersensibilidade aos componentes da fórmula.

9) Há apenas uma vacina contra o HPV?
No Brasil: uma que contém partículas semelhantes aos vírus dos tipos 6, 11, 16 e 18 — licenciada para meninas e mulheres de 9 a 45 anos e meninos e jovens de 9 a 26 anos— e outra que contém partículas semelhantes aos tipos 16 e 18, licenciada para todas as mulheres com 9 anos ou mais.

10) Para que servem a segunda e a terceira doses?
Que diferença elas fazem no grau de proteção? Todo esquema vacinal é definido após exaustivas pesquisas para identificar quantas doses são necessárias para a resposta imunológica ser efetiva. No caso das adolescentes menores de 15 anos, que respondem melhor à vacina, duas doses são protetoras e a terceira pode aumentar a eficácia em longo prazo. Já as maiores de 15 anos, precisam, necessariamente, receber três doses.

11) Quando é preciso tomar a segunda e a terceira dose?
Quem não tomou no período indicado ainda pode tomar? O esquema padrão é de três doses, com intervalo de 2 meses entre a primeira e a segunda, e de 4 meses entre a segunda e a terceira (0-2-6 meses). Quem não tomou no período indicado não precisa reiniciar o esquema, mas deve terminá-lo ou não terá a proteção máxima contra a infecção.

12) Por que, então, o intervalo adotado pelo Ministério da Saúde é diferente?
O Brasil segue recomendação da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), que consideram a imunização de meninas entre 9 e 13 anos no esquema estendido — de 0, 6 e 60 meses, ou seja, a segunda dose aplicada com intervalo de seis meses após a primeira e a última cinco anos após a primeira — a estratégia mais indicada para programas de vacinação em larga escala. A conclusão dos órgãos se deve ao fato de que a resposta imunológica nessa faixa etária é de duas a três vezes mais robustas do que em pessoas mais velhas e à necessidade, comum a todos os países, de gerenciar os recursos destinados à saúde da forma mais criteriosa possível.

13) A vacina é segura? Isso já está provado?
Sim, as mais de 200 milhões de doses aplicadas em homens e mulheres demonstraram que a vacina tem um bom perfil de segurança. As reações são pouco frequentes (cerca de 10-20%) e o quadro costuma ser leve: dor, vermelhidão e edemas próximos ao local da injeção, dor de cabeça e febre. Como exceção de raríssimos casos de alergia aos componentes da fórmula (2,6/100.000 doses aplicadas), todas as possíveis reações severas notificadas até hoje foram investigadas e a relação com a vacina não foi estabelecida. É importante destacar que as vacinas passam por rigorosos estudos que envolvem milhares de pessoas, de diferentes partes do mundo. Além disso, quando chega ao mercado — a exemplo de todos os medicamentos — a vacina é monitorada para verificar se ela aumentou a incidência de alguma doença.

14) Mas é possível que a vacina cause algum efeito colateral grave (efeitos sobre o sistema nervoso, síndrome de Guillain-Barré, uveítes etc.)?
Apesar de terem sido relatados alguns episódios pós-vacinação, as investigações, não encontraram evidências de relação causal entre a vacina HPV e as manifestações.

15) Correntes na internet afirmam que a vacina contra o HPV pode tornar as mulheres inférteis. É verdade?
Não. O trabalho citado por esses grupos é um relato de caso, que não traz nenhum indicativo de relação direta entre a vacina e o problema. Em contrapartida, um estudo publicado recentemente na revista da American Society of Andrology indica que há ligação entre a presença do vírus do HPV no esperma e a infertilidade masculina.

16) Homens podem ser vacinados?
Até o momento, a vacina Quadrivalente é a única com indicação também aprovada para meninos e homens, entre 9 e 26 anos, com o objetivo de prevenir contra o câncer anal (87%) e verrugas genitais (90%).


Referência: Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM).

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